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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A Morte do Desktop

Desde o aumento nas vendas de notebooks, lá pelos idos de 2008, especialistas ditam a morte dos nossos computadores de mesa, a.k.a. desktops, e um pouco antes disto já existiam previsões de que os desktops não teriam um futuro muito longo. Mas, afinal de contas, o que é esta morte anunciada?
Em geral estas previsões são artigos publicados em revistas e sites especializados em tecnologia e são baseados em pesquisas de indices de vendas de equipamentos prontos ou peças e notícias de expectativas de vendas de empresas da área.
Outros artigos comentam sobre a disponibilização de novos produtos ou tecnologias que tornarão os desktops obsoletos pela migração de funcionalidades e usos.
E ainda existem alguns anúncios ou entrevistas de representantes de empresas que tentam forçar esta migração para seus produtos.

Uma análise destes fatores

Para tentar desmistificar um pouco este assunto, que às vezes é tratado com um pouco de exagero, vou analisar algumas teses já utilizadas nas justificativas desta morte, vou procurar rebater ou defender estas teses para ajudar na formação da sua própria conclusão sobre o tema.

Os notebooks irão substituir os desktops!

Aqui vou considerar todos os correlatos netbooks, ultrabooks, e afins, pois as teses são sempre as mesmas, apenas variam no objeto dependendo do período de publicação.
Tenho que concordar que um notebook realmente é um sério candidato a substituição de um desktop, pois permite realizar todas as atividades de um computador de mesa com a vantagem de ser portável. Mas é importante ressaltar que esta portabilidade tem um custo que se apresenta em diversas restrições, como processamento, expansão, uso do teclado e mouse, telas menores, conexões disponíveis e maior preço.
Será que a tecnologia atual já é capaz de convencer um entusiasta em hardware a abrir mão do desktop dele com diversos discos rígidos em RAID, suas dezenas de gigabytes de memória, seu conjunto de placas gráficas interconectadas, seu sistema de resfriamento líquido, e outros benefícios exclusivos? Concordo que este público é mais restrito, mas ignorar este público parece não ser uma boa alternativa, pois ainda vemos diversos lançamentos de equipamentos destinados aos entusiastas.

Os tablets aposentarão os desktops!

Incluo nesta comparação os smartphones e os antigos PDAs.
Talvez, numa análise mais imparcial, o correto seria dizer que os tablets são uma verdadeira ameaça aos notebooks, pois querer dar dois saltos (1º-portabilidade, 2º-forma de uso) em uma única tecnologia força demais esta linha de comparação, mas vamos manter a análise dentro da tese comum.
Os tablets estão aí e ninguém vai dizer o contrário, levam o conceito de portabilidade ao extremo e inserem novos conceitos de forma de uso, e para quem utiliza um computador para se manter conectado com suas comunidades, trocar emails, navegar na internet, ler livros eletrônicos, ouvir músicas, assistir vídeos ou jogar alguns jogos simples, trocar seu desktop por um tablet é uma viagem sem volta, pois estes usuários jamais terão interesse em retornar ao desktop para estas atividades corriqueiras. Porém não esqueçamos que ainda existem atividades que não podem ser executadas em tablets, ou outras que até podem mas o desconforto é desestimulante, e para estas atividades o desktop ainda será utilizado, mesmo que muito menos que antes.

Os computadores all-in-one retirarão os dektops de suas mesas!

Esta é a pior comparação que já li, pois um computador all-in-one nada mais é que... um computador de mesa!
Estes novos equipamentos tentam aliar dois mundos em uma alternativa muito atraente: a unificação e compactação dos notebooks em um equipamento que não precisa de mobilidade, se tornando a principal alternativa para empresas e uma ótima opção para residências cada vez menores.
Para dar uma folga a esta tese, apesar de não concordar, utilizo aqui toda a análise escrita acima para notebooks.

A computação em nuvem forçará a migração dos desktops!

Nesta tese temos uma mistura de conceitos para justificar a morte dos dektops. Com a computação em nuvem você terá acesso a maior poder de computação sem depender da sua máquina, não precisará armazenar seus dados localmente e poderá acessá-los de qualquer lugar e não irá depender de um tipo de equipamento específico.
Talvez a redução da dependência de um desktop, devido a utilização da computação em nuvem, seja um fator decisivo em empresas para migração para outros tipos de equipamentos, mas este conceito ainda é muito incipiente para se utilizar como justificativa para mudanças de formas de uso e principalmente quando atinge o usuário doméstico.

Concluindo

Obviamente se extrai que não concordo com nenhuma destas teses utilizadas para justificar o fim de um equipamento muito difundido hoje em dia, mas meu principal objetivo foi tentar ampliar a discussão com argumentos que permitam uma análise mais aprofundada de uma declaração deste tipo.

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